A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou requerimento do senador Angelo Coronel (PSD-BA) para que o procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal, seja ouvido na Comissão sobre o vazamento do que seria um diálogo entre ele e o então juiz federal Sérgio Moro.
Coronel acha que o Senado deve ouvir o promotor para ver se ele e o hoje ministro da Justiça agiram em conformidade com a lei, “porque o que nós estamos vendo é que nós saímos de um estado democrático, onde o sistema é acusatório, para um estado inquisitório”, alega o senador baiano.
Coronel frisa que “quando quem julga também investiga, aí estamos na inquisição. Na democracia, quem acusa não pode julgar. Como houve essa sociedade do Moro com o Dallagnol, eu quero que ele se explique sobre isso”, justifica Coronel.
No requerimento, Angelo Coronel assinala que “o teor da troca de mensagens indica desvirtuamento das funções do procurador. E indicam que o então juiz Moro extrapolou funções e desrespeitou deveres da magistratura”.
A CCJ fará agora o convite ao promotor, porque, pela lei, ele não pode ser convocado, já que não é autoridade submetida ao Presidente da República.
Também pela lei Dallagnol não é obrigado a aceitar o convite para vir ao Senado.
Nesta 4ª feira, 19, a CCJ ouvirá o ministro Sérgio Moro sobre o mesmo assunto.
A vinda de Moro também estava em um requerimento de Angelo Coronel, mas como o ministro se antecipou e quis vir ao Senado, o documento com o pedido do senador acabou perdendo a validade.