O senador Angelo Coronel (PSD-BA) está colhendo assinaturas dos outros senadores para apresentar uma PEC, Proposta de Emenda à Constituição, permitindo que os partidos façam coligações para vereadores nas eleições municipais de 2020.
O anúncio foi feito nesta 5ª feira, 25, pelo próprio senador, na Marcha dos Vereadores e Vereadoras, que fica até esta 6ª feira, 26, em Brasília.
As coligações para eleições proporcionais (deputados e vereadores) foram proibidas por uma outra PEC, de 2017, permitindo que partidos se coliguem apenas para as disputas pelos governos dos estados, Senado e Presidência da República (eleições majoritárias).
Segundo Coronel, com a regra atual as eleições nos municípios ficam limitadas a dois partidos: o do prefeito e o da oposição, prejudicando o pluralismo político.
“Nós temos que entender que uma eleição municipal é diferente de uma eleição estadual ou de uma para presidente ou senador”, argumenta o senador baiano, porque segundo ele “a política do município é diferente da política do Estado e do nível nacional”.
Coronel discursou e inflamou o evento com cerca de três mil vereadores (números da União dos Vereadores do Brasil, organizadora) fazendo um discurso de forte tom municipalista.
Ele chamou os vereadores de o “Exército da política brasileira”, já que, na visão do senador, se existe Presidente da República, Governador e Senador é porque existem os vereadores.
“São vocês que alavancam os votos! Quem elege um presidente, um senador, um governador, são os vereadores, porque vocês é que estão na base”, disse Coronel, exultante, arrancando aplausos da plateia.
No discurso, ele pediu que os prefeitos tratem com dignidade e respeito os vereadores.
“Tem que acabar com essa história de ‘eu dou um vale de farmácia e dois tanques de gasolina e o vereador tá na minha base’, destacou Coronel no discurso, frisando ainda que “quando um cidadão está com problema, ele procura o vereador, e não o deputado ou o senador”.
A PEC será apresentada justamente porque Angelo Coronel está preocupado com os vereadores, pois, de acordo com ele, impedidos de fazerem coligação, a grande maioria não conseguirá alcançar o coeficiente eleitoral.
Para que seja apresentada, a proposta precisa da assinatura de 27 senadores. Irajá Abreu (PSD-TO) foi o primeiro a assinar.
Do alto do palanque, Angelo Coronel convocou vereadores a telefonarem para os senadores de seus estados, pressionando os parlamentares a assinarem a PEC, e posteriormente também para os deputados federais, para que a matéria tramite em regime de urgência na Câmara e no Senado.
O senador baiano quer que a proposta seja votada ainda em maio, valendo, dessa forma, nas eleições do ano que vem.
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