O senador Angelo Coronel (PSD-BA) fez duras críticas nesta 3ª feira, 7, ao corte de 30% no orçamento das universidades federais, determinado pelo Governo Federal.
Ele aproveitou a ida do ministro Abraham Weintraub à Comissão de Educação do Senado para questionar aspectos que, segundo o Governo, serviram de base ao corte de verbas.
No fim de abril, o ministro anunciou o que chamou de contingenciamento de verbas em três universidades federais, entre elas a da Bahia, dizendo que essas instituições promoviam balbúrdia em suas dependências (dias depois, o corte foi estendido a todas as universidades federais).
Como exemplo do que considera balbúrdia, Weintraub citou “eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas ao ambiente universitário, com as presenças de sem-terra e gente pelada dentro do câmpus”, além do uso de drogas.
Usando a ironia, Angelo Coronel perguntou ao ministro “quanto custa (ao governo) (o aluno) tirar a roupa e fumar um baseado dentro de uma faculdade”, mostrando que isso não pode ser justificativa para o corte de verbas.
“A balbúrdia a que o senhor se refere vai terminar com esse contingenciamento? ”, perguntou ainda Angelo Coronel, que, tentando trazer o debate para o que realmente importa às universidades, quis saber quanto custam as pesquisas científicas, os cursos de extensão e os laboratórios.
“Quem é prejudicado com os cortes? É a parte da universidade que faz a balbúrdia ou justamente aquela que produz?”, questionou o senador, para quem está “evidente que há uma certa desculpa para que esse corte futuro de verbas venha a sucatear o ensino público brasileiro”.
Angelo Coronel arguiu quais são os critérios usados pelo ministério da Educação para classificar o desempenho das universidades.
Ele citou publicação da Revista Britânica Times Education que dá destaque ao desempenho da UFF e da UnB em avaliações internacionais e o salto dado pela UFBA, que em outra avaliação, esta latino-americana, pulou da posição de número 71 para a de número 30, além de constar entre as 400 melhores instituições de ensino do mundo inteiro na área de saúde.
O ministro (veja no vídeo) não respondeu objetivamente a nenhuma pergunta.
Angelo Coronel entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal contra o corte de verbas e apresentou requerimento à Comissão de Educação para que o ministro fosse ao Senado explicar a medida.
Abraham Weintraub, no entanto, se antecipou e se ofereceu para ir ao Senado mostrar o que pretende fazer à frente do Ministério.
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