O senador Angelo Coronel (PSD-BA) anunciou que vai colher assinaturas para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as causas dos incêndios na Floresta Amazônica.
O anúncio foi feito nesta 2ª feira, 26, durante sessão ordinária do Parlasul, órgão de representação legislativa formado por parlamentares dos países integrantes do Mercosul.
Angelo Coronel está em Montevidéu, no Uruguai, onde tomou posse como membro do Parlasul.
Coronel levantou a desconfiança de que pode haver alguma corporação interessada em pôr em dúvida a capacidade do Brasil de tomar conta da floresta.
O objetivo, segundo o senador baiano, seria prejudicar o agronegócio nacional e o comércio brasileiro com outros países.
Ele lembrou que o Brasil exporta 90% da soja que produz para a China (em guerra comercial com os Estados Unidos), além de ser o 2º produtor de ferro do mundo e também um dos maiores produtores de algodão, produto tradicional da agricultura estadunidense.
Ele quer que o Senado ouça representantes de ONG’s, da Polícia Federal e de órgãos como Ibama, para que se possa investigar quem realmente está por trás das queimadas na Amazônia.
“A quem interessa colocar a Amazônia em xeque no mundo? Será que não existe alguém querendo tomar nossa Amazônia? Será que não existem grupos interessados em que os EUA se apossem da região?”, indagou Coronel em discurso no Parlasul, criticando também o presidente francês Emmanuel Macron por se referir à região como “nossa Amazônia“.
Ele ligou os movimentos do Palácio do Planalto em nomear o filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, embaixador em Washington a uma espécie de golpe para tomar a Amazônia do Brasil.
“Espero que essas minhas especulações estejam equivocadas”, disse, acrescentando que “O que não pode são acusações na imprensa contra ONG’s ou fazendeiros interessados na exploração da madeira e no plantio de grãos. Por isso precisamos esclarecer: quem realmente está por trás do fogo na Amazônia?”.
“A informação de que houve combinação pelo zap no dia 10 de agosto para provocar incêndios está nos deixando de orelha em pé. Nada disso é ocasional”, acredita Coronel, lembrando que sempre houve queimadas na Amazônia, mas ele estranha a repercussão atual.
No passado, segundo ele, a floresta era conhecida como pulmão do mundo, mas para ele o verdadeiro interesse no território de 5,5 milhões de km² não é o oxigênio, mas sim a biodiversidade e as riquezas minerais do subsolo.
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