O senador Angelo Coronel (PSD-BA) quer que a Caixa Econômica use o lucro que teve no primeiro semestre do ano para tocar as obras do projeto Minha Casa, Minha Vida.
O lucro da Caixa foi de R$ 7,5 bi nos seis primeiros meses de 2019.
Enquanto isso, o orçamento da União para a construção de moradia popular emagrece a cada ano.
Em 2019 o valor é de R$ 4,6 bi, menos da metade do que o Minha Casa Minha Vida recebeu ao longo de uma década – 2009/2018 -, que foi, em média, R$ 11 bi por ano.
Para 2020, novo corte: o orçamento da União para o programa será de R$ 2,7 bi.
Com obras paradas e o futuro incerto do Minha Casa, Minha Vida, construtoras vivem tempos difíceis, segundo Angelo Coronel.
“Elas estão com dificuldades em demitir porque não têm dinheiro para pagar a rescisão contratual dos operários”, informou o senador em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos, CAE, que recebeu representantes da diretoria da Caixa.
Angelo Coronel acredita que se o governo voltasse a investir no Minha Casa, Minha Vida reaqueceria a economia nacional.
“Não se faz a economia girar sem o emprego. Se ele (trabalhador) tem o emprego, ele ganha; se ele ganha, ele compra no comércio; se o comércio vende, ele compra da indústria…então, se a economia não estiver lubrificada, não adianta reforma alguma”, explica Coronel, em referência à Reforma da Previdência.
“E para a economia girar, a gente precisa pegar setores estratégicos (como a construção civil) para fomentar e gerar o emprego e a renda para que a indústria venda e gere impostos para o governo”, completa.
Bem-humorado, o senador observou que “se (o governo) não quer tocar o programa com o nome de Minha Casa, Minha Vida, porque assim ele foi batizado pelos governos anteriores, tudo bem, não há problema algum. Pode se chamar ‘Pai Bolsonaro’, não importa. O importante é que se parta para combater o déficit habitacional e para reerguer a economia do país”.
Em tom de cobrança aos outros senadores, Angelo Coronel disse que espera que o Senado ajude a Caixa, em vez de pegar os dividendos e repassá-los à União, a aplicar no programa Minha Casa, Minha Vida.