O senador Angelo Coronel (PSD-BA) marcou para a próxima 3ª feira, 10/9, às 14h30, a primeira reunião de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai apurar a transmissão de notícias falsas em redes sociais, a chamada CPMI das fake news.
Angelo Coronel foi eleito presidente da CPMI com 18 votos e apenas uma abstenção (era necessário o quórum de 17 parlamentares).
A deputada Lídice da Mata (PSB- BA) será a relatora da comissão formada por 16 senadores, 16 deputados e 32 suplentes (metade para cada casa legislativa).
Coronel prometeu que as investigações serão “amplas e conduzidas com serenidade”.
“Não podemos levar essa CPMI apenas de acordo com as questões políticas. Ela se estenderá para a pedofilia, para difamação de pessoas, de personalidades de destaque da sociedade, para o chamando cyberbullying, entre outros crimes”, assegurou o senador.
No entanto, ele espera e acha normal o embate político dentro da Comissão, formada por parlamentares de oposição e da base do governo.
“É uma casa política, nós temos mesmo que abrir para o contraditório”, garante.
Angelo Coronel vai levar aos integrantes da Comissão a ideia de que haja sub-relatores, “pois o tema principal é bastante complexo e que vai nos exigir muito trabalho”.
Dessa forma, a CPMI trabalharia com subtemas, como ataques cibernéticos por intermédio de perfis falsos, a utilização de robôs para difamar ou elogiar candidatos em época de eleições e até mesmo a existência de empresas que veiculam informações falsas sobre produtos de concorrentes.
Angelo Coronel vai convidar representantes das redes sociais para ajudar a instruir senadores e deputados a entender melhor a mecânica da distribuição de notícias falsas (representantes de uma das redes estiveram no Senado e já se ofereceram para colaborar com a CPMI).
“Você não pode usar uma rede social para xingar ou depreciar alguém. Chega na cara da pessoa e diz”, resume Coronel, que quer cadeia para quem agir dessa forma ou espalhar notícias falsas.
“Que se faça um trabalho abalizado a fim de extirpar da sociedade as fake news e prender por oito anos, como já foi aprovado pelo Congresso, quem espalha notícias falsas”, defende o Senador, que votou contra o veto do Presidente da República à condenação.
Angelo Coronel já anunciou o primeiro nome que será convidado pela CPMI: o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, responsável pela divulgação de conversas de integrantes da operação Lava-jato.
“Tem gente que diz que as mensagens não são verdadeiras. Então, cabe a CPMI averiguar se são ou não”, explica Coronel.